domingo, 23 de janeiro de 2011

ESQUECER
Há dias em que desejamos esquecer alguma coisa e no entanto isso não nos sai da mente.
Hoje, por exemplo, queria esquecer que tinha esta crônica para escrever, porém, por mais que me distraia, que olhe o céu azul, a praia calma, o mar bem verdinho, apalavra Crônica com C maiúsculo não me sai da mente.
            Então, esqueço que não tenho assunto, que todos os noivados já foram participados, os nascimentos anunciados, festas comentadas e armadas de lápis e papel venho cumprir minha obrigação, encher um espaço de vinte linhas datilografadas com um assunto de interesse social.
Começo a rabiscar o que me vem na mente, esqueço o jornal, os leitores e a maldita Crônica vai tomando forma.
No primeiro parágrafo é ainda um bebê de passos incertos, no segundo é um brotinho volúvel que não sabe o que      quer e daí para diante é uma             "balzaquiana"  frívola, inconstante, indefinida.
Até chegar aí já consegui uma crônica de tamanho aceitável.
E para finalizar, o remédio é pedir desculpas aos leitores, e um pouco de indulgência e auxílio. Sim! Quando ficarem noivos, quando a cegonha trouxer um bebê quando a maninha fizer quinze anos, quando os “papás” completarem bodas de prata, enfim, quando acontecer algo de formidável na família, avise a Maria Patrícia e ela nunca mais escreverá crônicas como esta.
 

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